15 de março de 2011

Carta de Suicidio

A 20 anos, com 48 anos, finalmente fora preso Benedito Valencia, famoso falsificador espanhol, inimigo Russo número 1. Ele foi condenado a uma pena muito mais cruel que a de morte, Perpétua em uma sela de 1m², na qual não conseguia nem deitar, nem ficar pé. Sem janelas, suas doenças respiratórias pioravam cada vez mais e jamais pode ver um médico, condições subumanas. Surpreendente que tenha sobrevivido o suficiente para se matar.
Hoje foi encontrado seu corpo na cela, quando o carcereiro foi retirar sua comida. A cela se encontrava cheia de sangue, material que ele aparentemente usou para molhar um osso de costela e escrever uma carta de suicídio, que vos transcrevo abaixo:

“Caro carcereiro

Sei que a muito esperava este dia e ele finalmente chegou. Decidi ouvir o conselho que me deste no meu primeiro dia aqui “Daqui só sai morto” e me matar. Orgulho-me de ter sobrevivido tanto tempo e contrariar meus queridos inquisidores, me matando, sem grandes problemas. Às minhas mulheres gostaria de pedir perdão por possuir outras e pelas mentiras contatas. Foi melhor, ou poderiam ouvir meus gritos matinais.
Aos meus filhos, desejo que trilhem com mais cuidado seu caminho e que jamais sejam capturados... Já que não pude ter uma ultima refeição, peço que, ao menos, realizem meu ultimo desejo ao escreverem em minha lápide: Não me arrependendo de nada que fiz, ou deixei de fazer, mas quem sabe eu me arrependa do que poderia vir a fazer, ou deixar de fazer...

Com todo o rancor possível, Benedito Valencia.”

Não sabemos ao certo como ele conseguiu escrever com tamanha precisão no escuro. Aparentemente, em sua homenagem vários cheques falsos foram postos no mercado, todos com a mesma inscrição “Não me arrependendo de nada que fiz, ou deixei de fazer, mas quem sabe eu me arrependa do que poderia vir a fazer, ou deixar de fazer...” O governo diz que logo a onda de cheques falsos será canceladas, mas eu, felizmente, não possuo tanta certeza...

Não só falsificador, mas também mestre em fuga e disfarces, Benedito Valencia.

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