28 de outubro de 2012

Domingo Legal

                                                Domingo Legal

           Essa crônica é verídica  e manterei ela o mais verídica possível, mas se aparecerem gnomos, não me venha perguntar se isso era verdade. Tudo começa num belo dia no curso de italiano. Mentira, nem o dia era lindo e nem o curso era de italiano, mas que seja, o que importa é que tava tocando molejão ao fundo e tinha um aluno novo na classe. Aula normal, apagadores e bolinhas de papel voam pela sala, e toca a sineta do intervalo.
       
            E então o menino, que vestia camisetas, calças e usava uma bolsa vermelha, me lembrando terrivelmente um absorvente usado gigante, me perguntou:

           - Hey, o nome da sua mãe é Marcia?

           Meu sangue gelou, meu coração parou de bater e respondi:

           - Nem é, brother, por que?

          Broxante, eu sei. Mas o que eu poso fazer? Sempre desejei um reencontro daqueles entre dois amigos de infância  regados a maconha e puta (Mentirinha, juro), mas minha mãe não se chamava Márcia  Briguei com ela, mas são as ironias dos cartórios da vida. Quatro meses se passaram, descobri que o nome dele era Raphael - Não sou a namorada dele, porra! -, Continuava tocando molejão e conversando em outro intervalo descobrimos que estudamos na mesma escola no primário e então veio o Flash, não esse, mas o da Dory, em procurando Nemo e arrisquei:

         - Cebolinha?

          Ok, não é exatamente uma palavra secreta, mas funcionou:

          - Sim!

          - Caramba, véi. Nós eramos melhores amigos!

          E dai você se pergunta como eu esqueci meu antigo melhor amigo, mas poxa, eu passei mais de um ano chamando ele de cebolinha, tenho culpa? E caramba, antigamente ele não parecia um absorvente usado gigante.

           - Sua mãe não chamar Marcia?

           - O nome dela é Hélia, cara.

           - Mas o resto eu lembro direitinho. Ela era professora, tinha uma ferrari azul - Era um fusca, mas é tudo meio parecido - E era morena.

           - Bem por ai

           E a Sineta tocou, é claro, para acabar com a nossa alegria, mas poxa, havia reencontrado o Cebolinha! E ele parecia um absorvente usado gigante!


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